Mário Cesariny, Hamlet, surrealismo português, surrealismo
You are currently viewing a revision titled "Mário Cesariny, Hamlet, surrealismo português, surrealismo", saved on 16 January 2023 at 8:32 am by Mário Vítor Bastos | |
---|---|
Title | Mário Cesariny, Hamlet, surrealismo português, surrealismo |
Content | Por isso, nenhuma outra personagem alegoriza melhor a condição de um jovem surrealista português, em finais dos anos 40, como Cesariny do que Hamlet. António Maria Lisboa lembra o seu Horatio (e vice-versa).
Depois de 1953, Cesariny deixa de ter «pena» de Hamlet; ele passa a ser o próprio Hamlet na sua dimensão mais sombria e depressiva. Disso é exemplo o poema «You Are Welcome to Elsinore» também do livro Pena Capital. O título alude a um verso da fala de Hamlet (cena 2, acto II, linha 393, edição Folger) onde o protagonista, num discurso algo perturbado, dá as boas-vindas à trupe de actores ambulantes que irão apresentar a peça O Assassínio de Gonzaga, uma alegoria do assassínio do pai de Hamlet. Em cena, para além do rei usurpador seu tio e da mãe de Hamlet que é também a rainha, estão também os seus «amigos» Ronsencrantz e Gilderstern, espiões do rei usurpador e como tal reconhecidos. Gentlemen, you are welcome to Elsinore./Your hands, come then. Th’ appurtenance of welcome/ is fashion and ceremony. Let me comply/ with you in this garb, lest my extent to the players,/ which, I tell you, must show fairly outwards, should/ more appear like entertainment than yours. You are/ welcome. But my uncle-father and aunt-mother are/ deceived. (Cena 2, Acto II, linhas 393 e seguintes, edição Folger) |
Excerpt |